A audição parlamentar decorreu esta terça-feira na comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos Liberdade e Garantias. Júlio Pereira foi chamado ao Parlamento para dar explicações sobre supostas acções de "limpeza electrónica" do SIS no Instituto de Registo e Notariado (IRN). No âmbito da "Operação Labirinto" sobre a concessão dos vistos gold, a Polícia Judiciária detectou elementos do SIS no gabinete do presidente do IRN, António Figueiredo, que foi depois preso preventivamente e agora se encontra em prisão domiciliária.

Cecília Honório considerou que os “episódios” que se vão conhecendo sobre os serviços de informação “fragilizam seriamente as condições de permanência” de Júlio Pereira. A deputada bloquista exigia assim explicações a Passos Coelho, já que o secretário-geral do SIRP é tutelado directamente pelo primeiro-ministro.

Dado o dever de confidencialidade dos deputados no âmbito da audição parlamentar à porta fechada, a parlamentar do Bloco defendeu apenas que “nada deve ensombrar a investigação aos vistos gold” e que “o problema não está nos esclarecimentos, mas nos condicionamentos de alguns procedimentos”.

O deputado António Filipe preferiu sublinhar que “o PCP mantém a convicção de que deve ser ouvido o director do Serviço de Informações de Segurança (SIS)”, Horácio Pinto. E adiantou que a proposta para essa audição será votada na próxima reunião da comissão parlamentar, o que deve suceder na próxima semana. O Bloco acompanha o PCP na necessidade de ouvir Horácio Pinto.