Concerto
"Contai com isto de mim, para cantar e para o resto"
O José Mario Branco (JMB), sem estar, esteve sempre - e ele bem tinha avisado, na frase com que terminava o "FMI", o texto agora histórico: "Contai com isto de mim, para cantar e para o resto". JMB esteve, até, com a sua voz que apareceu em samples usados pelos Chullage, que abriram o espectáculo "De Certa maneira, um concerto para José Mário Branco" com as versões de "O 3º amigo" e “Eu vim de longe”. Foi um murro no estômago de quase duas horas. Não era para ser celebração, não chegou a ser uma revolta - mas quase. Foi, como tinha de ser, uma forma de, 40 anos depois do 25 de Abril, todos mostrarem a razão do que José Mario Branco deve ter pensado no dia 25 de abril de 1976, qual "profeta da desgraça", que as expectativas com a revolução estavam exageradas, como afirmou J. P. Simões. "Além de todo o mérito que tem, como autor, músico, e compositor, há o facto indesmentível de ele fazer imenso sentido", recordou o cantor, que interpretou a sua versão de "Inquietação", e uma versão inédita de "Perfilados de Medo". Rui Portulez, o autor da ideia, resumiu "De certa Maneira um concerto para José Mario Branco" no dia seguinte ao evento : "Foi um concerto inesquecível, numa noite memorável! Obrigado a todos os que estiveram presentes. Aos que não foram, nunca saberão o que perderam. Mas saberão que perderam. Obrigado ao José Mário Branco!". LP