E se os talheres fossem feitos a partir de pranchas de skate?

Já pensaste em estar à mesa e os mesmos talheres com que comes tivessem sido antes pranchas de skateboard? Essa ideia já é possível. “Trick” não é magia, mas um projecto de um jovem italiano apaixonado por design e desportos radicais

O íman permite que os talheres de juntem facilmente DR
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O íman permite que os talheres de juntem facilmente DR
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Não foi uma manobra na prancha de quatro rodas que o fez saltar até à mesa, mas sim a necessidade de concluir o mestrado em Design de Produção no IADE, em Lisboa. Marino Cardelli é um jovem italiano apaixonado por desporto e foi nas pranchas de skate que encontrou a inspiração necessária para concluir a sua tese e criar um produto diferente: talheres. 

Ao aperceber-se do desperdício de várias pranchas de skate, Marino quis juntar aquilo que gostava com a recuperação de objectos relacionados com desportos de aventura. A escolha não foi difícil: “os talheres são ferramentas que funcionam como uma prótese da nossa mão, são usados por quase todas as pessoas do mundo e tornam as refeições mais agradáveis”, explicou Marino ao P3. A redução do impacto ambiental através da minimização da matéria-prima necessária é o principal objectivo do trabalho do jovem italiano, que lhe valeu 19 valores na apresentação final.

Através da ajuda de várias “skate shops”, onde o jovem colocou uma rampa em papel reciclado com a explicação do projecto, Marino criou talheres a partir da madeira de pranchas “que já não tenham utilidade ou que os donos já não precisem”. No entanto, também foi utilizado aço inóxidável - devido às suas características antibacterianas e anti-mofo - depois de se ter aperçebido que algumas das madeiras não seriam adequadas para uso culinário.

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Fazer com que estes objectos fossem facilmente transportados para actividades fora de casa foi uma das principais preocupações de Marino Cardelli, que o levou a criar ímans. Assim, o garfo, a faca e a colher encaixam rapidamente como por magia, dando o nome ao projecto - “Trick”. Além disso, os talheres não precisam de ser personalizados e são sempre objectos únicos, “os skates podem ser coloridos ou com um grafismo específico por isso é muito difícil encontrar duas peças idênticas”, afirma.

O jovem, que se apaixonou por Portugal em criança e decidiu voltar à capital portuguesa durante a licenciatura ao abrigo do programa Erasmus, regressou em 2012 para iniciar o mestrado. Hoje, e apesar de já ter outros projectos em mão semelhantes que prefere não revelar, confessa que gostaria de desenvolver novos talheres substituindo a parte de aço inóxidável por bambu, “por ser um material ecológico usado na restauração”.

Texto editado por Luís Octávio Costa

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